Ser mulher: um caminho na autodescoberta

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Vivemos uma vida onde a busca por um ideal de ser mulher é cobrado pela sociedade e por nós mesmas. Essa busca leva muitas mulheres a um lugar de se auto agredirem, de agredirem outras mulheres, chegando ao ponto de adoecerem fisicamente, emocionalmente e psicologicamente.

Enquanto estivermos num lugar de comparação, inveja e/ou competição com outras mulheres, estaremos distantes de conectarmos com a força do nosso feminino, com a força da irmandade, de nos unirmos numa sororidade de amor, paz e força.

Precisamos nos dar conta da nossa própria beleza, precisamos conectar com nós mesmas, com nossos corpos do jeito que são, com a nossa intuição, com a nossa sexualidade, nossa criatividade e nossa sabedoria.

Clarissa Pinkola Estés, psicanalista Junguiana, doutora em psicologia, contadora de histórias e autora do livro “Mulheres que correm com os lobos” fala da experiência da mulher por meio de histórias e arquétipos que nos fazem entrar em contato com “aquela loba”, aquela que sabe, aquela que é capaz de nos transformar e nos levar ao amadurecimento e aos nossos instintos de sabedoria e de liberdade. Ela fala que dentro de nós existe uma força poderosa, um instinto profundo de conhecimentos atemporais que a sociedade teima em nos “domesticar”, por receio da força que nos habita.

Todavia, essa “domesticação” nos adoece, nos poda e nos afasta desse sentimento de conexão umas com as outras mulheres. Lugar este que é de ajuda mútua, seja nas horas de alegria, ou nas horas de dor.
“Ser forte não significa exercitar os músculos, significa encontrar seu próprio brilho sem fugir, vivendo ativamente com a natureza selvagem de uma maneira própria. Significa ser capaz de aprender, ser capaz de defender o que sabemos, significa se manter e viver”.

Como psicóloga, eu atendo muitas mulheres, sejam individualmente ou em grupos. Observo uma busca pelos seus caminhos, seus prazeres, sua força, sua vida, sua plenitude, sua sexualidade, sua natureza. As mulheres começam a entender que não precisam estar em lugares que não se sintam bem, não precisam mais serem agredidas, não precisam mais serem julgadas pelos seus desejos. Esse passado de condenação levou e leva muitas mulheres a morte.

O caminho de autodescoberta e fortalecimento do feminino leva a grandes mudanças – internas e externas. As mulheres vêm tomando consciência da sua força infinita, pois ela é a fonte criativa do universo. Todavia, esse trabalho é diário, pois ele é um chamado para que recuperem e vivam seu potencial feminino.

Nos meus atendimentos com mulheres é muito bonito ver o desabrochar dessas tantas mulheres. É lindo ver a vivacidade voltando aos corpos dessas mulheres, é belo ver o brilho nos olhos de cada uma. Mas, o mais gracioso é vê-las sentindo prazer em viver, sentindo prazer com seus corpos e com sua sexualidade.

O que fazemos hoje enquanto mulheres têm total influência nas gerações seguintes. Como diz Clarissa, “As filhas das filhas das suas filhas irão provavelmente lembrar-se de você e, o que é mais importante, seguir seu exemplo”.

Finalizo minhas palavras sugerindo para quem não leu esse livro, que o faça e para quem ainda não buscou seu caminho de autodescoberta, que o faça, pois, a vida urge e precisamos muito vivermos uma vida saudável, plena, com força vital. Não fomos feitas para ser franzinas e frágeis, nós fomos feitas para viver a vida plenamente, de parir nossos filhos, nossos sonhos e nossos projetos, fomos feitas para criar todo o tempo, o tempo todo.

Seguem as palavras e sugestões com as quais a autora termina seu livro:
“Os recursos da vida com a natureza instintiva são muitos, e as respostas mudam à medida que você muda e o mundo muda e por isso não se pode dizer: Faça isso e aquilo nessa ordem exata, e tudo ficará bem.” No entanto, durante toda a minha vida sempre que encontrei lobos, tentei decifrar como conseguem viver, na maioria das vezes, em tamanha harmonia. Assim, tendo como objetivo a paz sugiro que você comece agora mesmo com qualquer item da lista. Para quem estiver se esforçando, pode ser de grande ajuda começar pelo numero dez.

Normas Gerais Para a Vida dos Lobos

  1. Coma
  2. Descanse
  3. Perambule nos intervalos
  4. Seja leal
  5. Ame os filhos
  6. Queixe-se ao luar
  7. Apure os ouvidos
  8. Cuide dos ossos
  9. Faça amor
  10. Uive sempre

Colunista do Mês: Giannini Vasconcelos – Psicóloga Clínica – CRP: 02/13.958

Instagram: @gianninivasconcelos

2 Comments

  1. Sou a Karina Da Silva, gostei muito do seu artigo tem muito
    conteúdo de valor parabéns nota 10 gostei muito.

  2. Aqui é a Fernanda Lima , gostei muito do seu artigo tem
    muito conteúdo de valor parabéns nota 10 gostei muito.

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