Quando me formei na faculdade de psicologia não fazia ideia de que o psicólogo poderia fazer marketing e muito menos de como esse marketing deveria ser feito. Com o passar do tempo senti a necessidade de divulgar meu trabalho como psicóloga, o que me levou a estudar bastante sobre marketing.
Sempre fui uma pessoa que gostei muito de internet e redes sociais. Nesses meus estudos aprendi sobre o marketing de conteúdo, uma atual e excelente forma de aumentar as chances de ser encontrado pelo seu cliente. É uma ferramenta muito útil para empreendedores construírem sua marca e se aproximarem dos seus clientes com um investimento menor.
O Marketing de Conteúdo é definido por gerar engajamento aumentando o número de clientes e de potenciais clientes através da criação de conteúdo relevante capaz de atrair, envolver e principalmente gerar valor para as pessoas, com isso, gerar mais vendas.
Aproveitei a carência da sociedade no conhecimento da psicologia e o aumento do número de pessoas utilizando a internet cada vez mais e por mais tempo e comecei a realizar o marketing de conteúdo através do Instagram. Utilizar essa rede social como forma de agregar conhecimento e valor à sociedade, foi gerando cada vez mais resultados.
Através do marketing de conteúdo as pessoas irão aprender o que faz um psicólogo, podendo se identificar e saber quando procurar ajudar de um profissional como este. E aqui deixo uma pergunta para reflexão: Quantas pessoas na sua família sabem exatamente o que você faz? Uma pessoa que vê conteúdos relevantes sobre o trabalho do psicólogo na internet, pode perceber que está precisando ou conhecer alguém que precise de apoio psicológico. E aí entra a importância dos seus familiares saberem o que você faz, sendo eles pessoas que podem encaminhar clientes para você. Dessa forma, você vai ampliar o alcance do seu trabalho através do conhecimento que você proporcionou.
Existem várias formas de realizar o marketing de conteúdo, não apenas através das redes sociais. Pode ser publicado também através de Newsletter, Site, Blog, Youtube, WhatsApp, etc.
O marketing de conteúdo aumenta as chances de você ser visto pelo seu cliente, melhorando o relacionamento com eles, já que gera uma aproximação maior entre empreendedor e cliente. Essa aproximação aumentam as chances do seu cliente fechar com você e não com o seu concorrente. Outro benefício é em relação aos custos, que são reduzidos comparados com outras formas de marketing, pois você pode fazer publicações gratuitas ou patrocinar o valor que desejar.
Você também pode acompanhar os resultados de forma simples, pois é possível identificar facilmente que tipo de conteúdo é mais procurado pelos visitantes, quais páginas geram mais vendas ou mesmo mais acessos. Com essas informações toda a estratégia de marketing é otimizada, permitindo ao empreendedor investir no que dá certo e corrigir o que pode ser melhorado.
Esse tipo de marketing também ajuda a educar o mercado sobre as melhores práticas preparando a sociedade para receber produtos ou serviços inovadores, em segmentos pouco explorados ou estigmatizados (como no caso da psicologia). É capaz de ensinar ao público sobre os motivos pelos quais esse produto ou serviço é importante e quando buscá-lo. O marketing de conteúdo bem feito é capaz de fazer de você um profissional referencial em sua área.
Em minha experiência, essa forma de divulgação tem trazido muitos resultados positivos. Aumento da busca pelo processo de psicoterapia e até mesmo pela psicoterapia online, que muitas vezes as pessoas não sabem que é uma possibilidade. Mais uma vez, surge a importância de ensinarmos as possibilidades da nossa profissão com o intuito de fazê-la crescer de forma geral, e consequentemente, você também cresce como profissional.
Texto: Eduarda Ferrari (CRP: 02/17.312) – Psicóloga Clínica e Orientadora Profissional
2 Comments
Duda, existe uma série de camadas que impedem os psicólogos de enxergarem o marketing com a clareza que você demonstra. Você consegue mostrar que existem menos complicações do que o que se imagina. (ou quase)
A primeira camada, ao meu ver, é cultural. E cultural no sentido simples dos costumes. Existe uma tendência a se perpetuar o costume de que psicólogos não devem fazer publicidade. Um misto de Código de Ética mal lido e resquícios de teorias psicanalíticas, muitas vezes tão mal lidas quanto.
Outra camada é a dificuldade em se interpretar o Código de Ética. O texto não é claro e a jurisprudência é praticamente desconhecida. Por exemplo o Art. 2º letra i que vedado ao psicologo “Induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços”. O que significa ao certo isso? Bem, não sei. Mas é impossível saber sem conhecer o entendimento do CFP, que não fica claro no documento em questão.
E a terceira é um posicionamento politico-ideológico que entende que o mercado é intrinsecamente ruim e que qualquer ligação da psicoterapia com o mercado é ruim. O que, no final das contas, é bastante contraditório. Nós recebemos nossos honorários.
Pra mim, são os três principais itens que impedem estudantes e profissionais, sobretudo recém formados a pensar sobre marketing. E veja, nem comecei a falar sobre marketing de conteúdo. E muito menos os problemas que de fato precisam ser pensados ao se falar sobre marketing. É assunto tabu na faculdade e em muitos círculos da nossa profissão.
No mais, o seu texto é uma ótima porta para se dar os primeiros passos tanto na reflexão como na execução.
Concordo com você. Quando me formei e quis divulgar o meu trabalho, também passei por esses questionamentos. Durante toda a faculdade ninguém nos ensina a fazer a divulgação do nosso trabalho, pelo contrário, é como se fosse uma coisa negativa. Nos formamos com esse pensamento, de que divulgar o trabalho do psicólogo é algo ruim.
Porém, quando pensamos no nosso público e o quanto que ele pode se beneficiar em conhecer o nosso trabalho, isso muda completamente na minha cabeça. Foi exatamente o que me levou a procurar o Conselho Regional para tirar todas as minhas dúvidas em relação ao Código de Ética. O que realmente eu era proibida de fazer? E me deparei com situações absurdas. Ou seja, muitas questões do marketing e o próprio marketing de conteúdo não era proibido pelo Códio de Ética.
Precisamos quebrar esse tabu e convidar as pessoas para refletir sobre isso, principalmente agora com o aumento do uso das redes sociais.