Esgotamento Emocional

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O mundo está cada vez mais veloz e exigente. O avanço da tecnologia fez com que as informações chegassem de forma mais rápida e consequentemente o número de informações cresceu, exigindo mais de nós. Ou seja, para conseguirmos dar conta de tudo precisamos entrar nesse clima acelerado.

Consequentemente estamos com muito trabalho, muita responsabilidade, muitos pensamentos, ansiedade e sempre com muitas opções para tudo. Em contrapartida esse é o reflexo de muitos “poucos”, pouco tempo, poucas horas de sono, pouco tempo de prazer, pouca calma.

Compreendemos que tudo isso na nossa vida começa de forma discreta e não damos a devida importância. Muitas vezes achamos que é apenas cansaço e que vai passar logo, porém, a pessoa pode estar esgotada emocionalmente.

O esgotamento físico é fácil de perceber, sabemos como identificar os sintomas e lidar com esse desgaste fisiológico. No entanto, o esgotamento emocional não é tão simples de observar. Além disso, quando conseguimos identificar não sabemos o que fazer para obter uma resposta efetiva. O que geralmente ocorre é que a pessoa costuma “engolir” uma emoção atrás da outra, sem estar ciente do seu peso e de como essas emoções afetam o bem estar e a qualidade de vida.

O esgotamento emocional pode ser físico e psíquico ao mesmo tempo. Há um grande cansaço junto com uma sensação de vazio e dificuldade em lidar com as emoções. Os sintomas que estão relacionados são:

Irritabilidade: Um do sintomas mais evidentes no esgotamento emocional, relacionado com nervosismo e hipersensibilidade, já que a pessoa perde o controle com mais facilidade do que o normal.

Perda de Energia: O primeiro sintoma do esgotamento emocional geralmente é percebido primeiro fisicamente, se sentir sem energia. O simples fato de acordar e precisar levantar já é extremamente desgastante, esse sentimento é perpetuado ao longo do dia.

Insônia: Muitas vezes existem problemas mal resolvidos que se aproximam da mente impedindo um sono tranquilo.

Incapacidade de desfrutar de pequenos prazeres da vida: As atividades e pessoas que faziam a pessoa curtir a vida perdem a graça.

Perda da motivação: Quando estamos exaustos, simplesmente não conseguimos encontrar motivação para realizar novas atividades e fazer coisas que gostamos.

Falhas na memória: A atenção é um dos primeiros processos psicológicos que são afetados quando estamos cansados, o que nos leva a lapsos frequentes. É provável esquecer coisas simples do dia a dia. Isso ocorre porque nossa mente está muito saturada para continuar processando e armazenando informações.

Pensamento lento: O esgotamento emocional também afeta os processos cognitivos, e podemos achar que estamos pensando mais devagar ou com dificuldades para pensar.

Labilidade emocional: Vontade de chorar, na maioria das vezes sem motivo aparente, gerando sentimentos de desesperança, angústia e tristeza.

Sintomatologia física: Com o tempo o esgotamento emocional afeta o sistema imunológico, cardíaco, metabolismo e o bem-estar geral. Podem ocorrer alterações gástricas e intestinais, dores de cabeça, costas, pescoço, mudanças no apetite, hipertensão arterial, infecções frequentes, aumento de peso e envelhecimento prematuro.

Dois psicólogos, Herbert Freudenberger e Gail North, pioneiros nos estudos sobre esgotamento emocional desenvolveram em 1992 um modelo demonstrativo de 12 estágios que os pacientes vivenciam antes do esgotamento emocional. Lembrando que algumas pessoas passam por todos os estágios e outras não, também não há uma ordem específica destes sintomas.

  1. Ambição Excessiva: Dificuldades em dizer não, aceitando várias responsabilidades simultaneamente.
  2. Obriga-se a mais: Querendo atender as próprias expectativas pessoais, aceitam responsabilidades acima daquelas que podem gerir. Sentem-se obrigados a fazer tudo sozinhos terminando antes do prazo final.
  3. Negligenciam suas necessidades pessoais: Por conta das responsabilidades que a pessoa assumiu, não tem tempo para mais nada e começa a negligenciar atividades importantes da sua rotina, como dormir, passear, comer.
  4. Aumento dos conflitos: Aumento considerável de situações problemáticas à medida que os compromissos são esquecidos, ou surgem atrasos recorrentes. Nesse estágio surge os primeiros sintomas físicos e a pessoa se sente exausta.
  5. Reinterpretação de valores pessoais: A família, lazer e descanso passam a ser vistos como coisas sem importância.
  6. Negação de problemas: O sujeito se torna cada vez mais intolerante e vê os colegas de profissão como preguiçosos e incompetente.
  7. Isolamento social: A vida social se torna inexistente ou extremamente restrita.
  8. Mudanças de comportamentos: Alterações de comportamentos facilmente notadas por amigos e familiares, a pessoa pode tratar mal as pessoas ao redor.
  9. Perda de personalidade: A pessoa não consegue dar valor a ninguém, nem a si mesmo. Não consegue perceber quais são as suas próprias necessidades.
  10. Vazio interior: Sensação de vazio, é comum a pessoa tentar superar essa sensação com excessos (comida, álcool, drogas).
  11. Depressão: A pessoa sente-se exausta, perdida, insegura. Para ela o futuro é incerto.
  12. Esgotamento emocional ou Síndrome de Burnout (ambiente de trabalho): Colapso mental e físico que precisa ser acompanhado por profissionais.

Lembre-se da importância de ficar atento aos seus comportamentos. Autoconhecimento pode te ajudar a olhar para si mesmo e procurar ajuda quando sentir necessidade. A psicoterapia pode ajudar a prevenir o surgimento de novos sintomas, a prevenir que os sintomas aumentem e no tratamento do esgotamento emocional. Existe saída e a vida é muito maior e melhor do que esses sintomas de esgotamento.

     Texto: Eduarda Ferrari (CRP: 02/17.312) – Psicóloga Clínica e Orientadora Profissional

5 Comments

  1. Janice Ribeiro da Silva disse:

    Estou no último semestre de psicologia e estou me sentindo exatamente assim. Cansaço mental e emocional síndrome de Bourbon.

    • Eduarda Ferrari disse:

      Olá, boa noite!
      É fato que o fim da faculdade gera esse esgotamento mental e emocional. É importante você tentar lidar da melhor forma com isso. Procura encaixar na tua rotina, mesmo que nos fins de semana, momentos de lazer e descanso. Fazer uma psicoterapia também pode te ajudar a passar por esse momento conturbado. Se precisar, conte comigo!

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