Ansiedade: quando surge e como ter atenção e cuidado?

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Se você acha que sofre de ansiedade sozinha ou que isso é frescura, saiba que aproximadamente 264 milhões de pessoas têm algum tipo de transtorno de ansiedade.

Em um cenário marcado pela pandemia, desemprego, desigualdade social, crise econômica e política, o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo, de acordo com o relatório mais recente da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2020).

Assim, o momento que estamos vivendo tem nos deixado mais vulneráveis à ansiedade clínica. O problema surge quando não conseguimos nos preocupar e fazer algo produtivo ao mesmo tempo, ou ainda, quando achamos que para sermos consideradas pessoas verdadeiramente responsáveis ou competentes não podemos sequer descansar. Note que o problema não é a preocupação em si, mas a maneira como encaramos a preocupação ou a maneira com a qual nos debruçamos sobre um problema.

As pessoas sentem uma pressão para serem perfeitas e incansáveis com frases repetidamente bombardeadas nas mídias sociais: “trabalhe enquanto eles dormem”; “tempo é dinheiro”; “no pain, no gain”, entre tantas outras.

O ponto é que a ansiedade nos prepara para o futuro. É para isso que serve uma emoção: ela nos prepara para a ação. Entretanto, uma dose alta de ansiedade começa a atrapalhar o nosso dia a dia, chegando a ápices de estresse que trazem comprometimento e até incapacitação para atividades da vida diária.

Então, como posso saber se tenho ansiedade clínica? O que é um transtorno de ansiedade? Então, este é um diagnóstico feito por um psicólogo ou psiquiatra e que se refere a um quadro de antecipação emocional de medo e excesso de preocupação que causam prejuízo na vida do paciente.

Os principais sinais e sintomas de ansiedade clínica são:

• Sentir-se nervoso, tenso, irritado;
• Sentir-se assustado, temeroso, aterrorizado;
• Ser apreensivo, alvoroçado;
• Ser impaciente, frustrado;
• Frequência cardíaca aumentada, palpitações;
• Falta de ar, respiração rápida;
• Dor ou pressão no peito;
• Sensação de asfixia;
• Vertigem, tontura;
• Sudorese, calores, calafrios;
• Boca seca;
• Tensão muscular;
• Náusea, estômago embrulhado, diarreia;
• Tremores, estremecimento;
• Formigamento ou dormência nos braços, pernas;
• Fraqueza, desequilíbrio, sensação de desmaio.

O que podemos fazer? As recomendações são das mais diversas, mas é preciso ressaltar as mais importantes para que alcancemos um bom nível de qualidade de vida e possamos nos manter bem. Porém, saiba que quando a ansiedade clínica está acionada, o corpo está em um modo de alarme e a respiração tende a ficar mais curta e rápida.

O primeiro passo para melhorar é prestar atenção à maneira como você está respirando, pois a forma mais eficaz de acalmar o corpo e a mente é regulando a respiração. Você pode, então, realizar exercícios de respiração, como a respiração diafragmática ou abdominal. A ideia é que se faça de 9 a 20 respirações como essa por dia. Não levará mais do que 10 ou 15 minutinhos.

• Fique em uma posição confortável, sentada ou deitada;
• Leve uma mão ao peito e outra a barriga;
• Tente respirar inflando e esvaziando a barriga a medida que inspira e expira;
• Inspire intensamente pelo nariz por 4 segundos;
• Segure o ar por 3 segundos;
• Expire vagarosamente pela boca em 6 segundos.
• Repita a respiração.

Em segundo lugar, preste atenção nos alimentos que tem ingerido. Já sabemos que alimentos ricos em açúcares ou ultra processados são altamente inflamatórios e podem acentuar quadros ansiosos. Assim, procure alimentar-se com mais folhas verdes, frutas e cereais. Dê um bom combustível para o seu corpo, ao invés de colocar mais lenha na fogueira.

Em terceiro lugar, tente analisar o custo-benefício da sua preocupação. Quanto tempo você passa se preocupando com o seu problema? Será que você está realmente se dedicando a resolver o que se passa ou está somente antecipando cenários catastróficos que provavelmente nem acontecerão? Perceber que as preocupações são pensamentos que podem ser invasivos e obsessivos diz respeito ao que chamamos de pensamentos ‘ruminativos’. É quando ficamos com um problema na cabeça, sofremos por aquilo, mas não conseguimos pensar numa boa saída. Pelo contrário, parece que nos fixamos no que está errado e fora do controle e não saímos dessa tecla. Abra mão da preocupação ‘ruminativa’, vamos à ação.

No mais, se as preocupações estão fora do seu controle, se você se sente paralisada, procure ajuda profissional. Você não precisa nem deve passar por isso sozinha. Cuide-se. Faça terapia!

Colunista do Mês: Dra Vanessa Eletherio – Psicóloga Clínica, Professora e Palestrante em Portugal. – Membro Efectivo OPP 25/351 – Doutora em Psicologia (Recon UPorto)

Instagram: @vanessaeletherio.psiemportugal

1 Comment

  1. muito bom seu site gostei muito do seu conteúdo.Vou passar mais vezes para ver as atualizações.abraço para vcs.

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