Ansiedade: normal ou patológica?

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O aumento da velocidade e da quantidade de informações que recebemos diariamente, principalmente devido ao maior uso tecnologia, faz com que as pessoas tenham uma necessidade de aumentar seu ritmo de vida com o objetivo de acompanhar esse avanço. Essa aceleração pode gerar consequências graves se não for bem administrada, sendo um dos maiores efeitos a ansiedade.

A ansiedade é um sentimento normal que faz parte do ser humano, é uma defesa do nosso corpo diante de situações perigosas, desconhecidas, que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. Costuma se manifestar algumas horas antes de uma entrevista de emprego por exemplo, publicação de aprovados em um concurso, nascimento de um filho, viagem, cirurgia ou revés econômico. Nesses casos a ansiedade funciona de uma forma que prepara o indivíduo para enfrentar o desafio, favorecendo sua adaptação às novas condições de vida. Porém, quando a ansiedade está em excesso e prejudicando a rotina do sujeito, é preciso observar com mais atenção. Várias doenças, sintomas físicos e psicológicos podem ser ocasionados por conta do alto nível de ansiedade.

Os sintomas e a frequência deles podem variar de uma pessoa para outra. Geralmente existem palpitações, falta de ar, taquicardia, aumento da pressão arterial, sudorese excessiva, dor de cabeça, alteração nos hábitos intestinais, náuseas, aperto no peito, dores musculares, entre outros.

Estamos vivemos em uma sociedade acelerada, urgente e ansiosa. Nunca as pessoas tiveram uma mente tão agitada e estressada. Estamos no momento da indústria do entretenimento e, paradoxalmente, na era do tédio. A Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA) provavelmente atinge mais de 80% da população de todas as idades. A sociedade moderna, sem perceber, alterou o ritmo de construção de pensamentos gerando consequências graves para a saúde emocional, como o prazer de viver, o desenvolvimento da inteligência, a criatividade e a sustentabilidade das relações sociais. Além disso, surgem as doenças psicossomáticas como resultado dessa forma acelerada de construir pensamentos.

O Transtorno de Ansiedade Generalizara (TAG) é um distúrbio que se caracteriza pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva,” persistente e de difícil controle que perdura por pelo menos seis meses segundo o DSM- IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). Esse transtorno vem acompanhado pelos sintomas de irritabilidade, fadiga, inquietação, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono. Nesses casos o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos, causa muito sofrimento, interfere na qualidade de vida e no desempenho familiar, social e profissional do indivíduo. Pode afetar pessoas de todas as idades, e em geral ocorre mais em mulheres do que em homens.

O autoconhecimento faz com que o sujeito aprenda a olhar para dentro de si, permitindo que ele compreenda o nível de sua ansiedade, possíveis sintomas e o que fazer para melhorá-la. O tratamento da ansiedade envolve a psicoterapia e o uso de medicamentos como antidepressivos ou ansiolíticos, sob orientação médica. O tratamento medicamentoso deve ser mantido de seis a doze meses após o desaparecimento dos sintomas e deve ser descontinuado de forma decrescente.

     Texto: Eduarda Ferrari (CRP: 02/17.312) – Psicóloga Clínica e Orientadora Profissional

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