Muito se fala sobre autoconhecimento, porém, precisamos buscar entender o porquê dele ser tão importante. Autoconhecimento é definido como a capacidade de ver quem você é claramente, de compreender sua essência, como as outras pessoas te enxergam e como você se encaixa no mundo. Podemos dizer que quem tem essa habilidade tem muito poder. Existe uma grande diferença entre ter autoconhecimento realmente e acreditar em tê-lo. Na verdade, estudos mostram que a maioria das pessoas pensam ter um amplo conhecimento sobre si. Isso acontece porque o indivíduo que decide ir em busca do autoconhecimento nem sempre ficará satisfeito com o que encontrará. É uma jornada difícil e que precisa de muita coragem.
Autoconhecimento é um mergulho dentro de si mesmo, nos seus medos, seus anseios, seus desejos, suas potencialidades e seus limites. Dessa forma o sujeito vai se capacitando e desenvolvendo modos mais saudáveis de vida, refletindo positivamente nas suas relações pessoais, profissionais e afetivas.
Percebo que o mundo atualmente está carente de empatia, as pessoas possuem dificuldade em se colocar no lugar do outro mesmo em situações simples do dia a dia. Acredito que isso seja resultado da falta de autoconhecimento, pois, ao buscar compreender nossos sentimentos e emoções, ampliamos a nossa percepção do que eu posso fazer com o outro e ele não gostar. Por exemplo, se uma pessoa percebe que se sente triste e com raiva quando alguém a chama de um determinado apelido ofensivo, dificilmente ela irá fazer isso com outra pessoa. Por isso, há uma relação direta entre autoconhecimento e manter relações interpessoais mais saudáveis e permeadas de autoconfiança e autoestima.
Algumas atitudes podem ajudar a colocar em prática o autoconhecimento, como aceitar e conhecer seus limites, não querer agradar a todos (já que é impossível), tentar se observar e observar as outras pessoas, não deixar a raiva ou frustração falar por você, tentar sempre analisar as principais situações do seu dia questionando-se como você se comportou e quais foram os sentimentos envolvidos, usar recursos como meditação para te aproximar da tua essência, aprender a dizer não e colocar limites, permitir-se reagir de formas diferentes, não tenha medo de mudar de opinião e procure ajuda sempre que necessário.
As pessoas que decidem entrar em um processo psicoterapêutico aprendem a lidar com seus sentimentos e emoções, compreendem comportamentos e atitudes e consequentemente aprendem sobre si mesmas. Ou seja, todo mundo é capaz de desenvolver a habilidade do autoconhecimento, mas a psicoterapia pode ser fundamental nesse processo.
É comum que ao iniciar uma psicoterapia a pessoa se envolva em situações mais marcantes da vida, que toque em feridas que não foram totalmente cicatrizadas resgatando elementos da sua história que não foram bem elaborados. Essa experiência pode implicar em um desconforto momentâneo, porém, a passagem por esse processo tem se revelado como um poderoso instrumento de transformação de vida. O psicólogo pode te ajudar a olhar para situações da sua vida a partir de outras perspectivas, a te fazer perceber que você não está sozinho, a te acolher, a te oferecer uma escuta capacitada.
Texto: Eduarda Ferrari (CRP: 02/17.312) – Psicóloga Clínica e Orientadora Profissional